terça-feira, 16 de novembro de 2010

Fita elétrica promete acabar com fios pendurados nas paredes

Fios pendurados na parede, nunca mais! Agora é só colocar a fita elétrica adesiva e acabar com os fios. Um empresário do interior de São Paulo desenvolve um produto inovador para os setores de telefonia, informática, construção civil, áudio e vídeo.

Uma fita elimina a quebradeira nas paredes para embutir fios elétricos. O inventor é o empresário John Davies. Como é típico das ideias criativas: a fita elétrica nasceu de um desafio. “Eu morava em uma casa alugada que eu tinha acabado de pintar, e precisava colocar uma arandela na subida da escada. Só que o trabalho estava pronto, não tinha como fazer isso sem quebrar a parede ou deixar alguma coisa aparente, o que eu não queria”, explica o empresário.

John pesquisou durante 7 anos. Fez vários testes e não desistiu até chegar ao produto que imaginou: uma tira de cobre presa em plástico superresistente, o prolipropileno. “Foi uma ideia e foi se aperfeiçoando, foi se pesquisando materiais até chegar a um material ideal, um material de alta qualidade”, diz.

A espessura é de meio milímetro – quase uma folha de papel. Na verdade, o produto é exatamente um fio que virou fita elétrica. A diferença é que em vez de colocar dentro da parede, coloca-se em cima dela.

A facilidade de instalação é o trunfo do negócio. A fita é autoadesiva e vem com uma tela protetora contra impacto. “A tela de fibra de vidro é colocada antes do acabamento para consolidar uma proteção mecânica, contra um impacto, uma martelada ou qualquer coisa do gênero”, afirma John.

É só colar na parede, pintar, e ela some. “A fita nasceu de uma ideia de usar alguma coisa sem espessura que fizesse volume na parede e, ao mesmo tempo, que uma fina camada de acabamento fosse suficiente para ocultar 100%”, diz.

Junto com o sócio Plinio Di Giaimo, o empresário investiu R$ 100 mil no negócio. Eles compraram matéria-prima, aperfeiçoaram o produto, e desenvolveram uma máquina que eles consideram segredo de produção.

O produto já está no mercado. Qualquer pessoa pode comprar e instalar o novo produto. Agora, os empresários apostam na estratégia de marketing para divulgação da fita. “Primeiro foi o mercado técnico, eletricista, arquiteto, usuário final e instalador. A partir do momento que eles conheceram o produto e acreditaram nele, agora nós estamos começando a falar com o consumidor final, criando embalagens mais adequadas aos usos como os kits, e tendo embalagens de todo sortimento de medidas para atender a todas as situações”, explica o empresário.

A fita elétrica vai de 3cm a 6cm de largura. São seis modelos, de acordo com a amperagem indicada. Ela pode ser usada: em uma simples tomada, para iluminação em geral, para áudio e vídeo, para telefonia, para rede de computadores. “Cada modelo atende a uma necessidade. Se você quer, por exemplo: um alto-falante, para o seu home theater, então você tem um fio fino. Agora, já para uma tomada você tem que acompanhar aquilo que a norma determina”, diz John.

O produto é para segundas instalações. Ou seja, quando a casa já está pronta.

“Eu diria que ele não vai substituir o fio, ele é um complemento ao fio, onde você não consegue usar o fio comum. Uma laje de concreto, que você não pode quebrar, abrir um rasgo, porque vai encontrar uma estrutura de ferro que não pode ser comprometida. Então, é uma solução perfeita para esses casos”, afirma.

A fita é dez vezes mais cara que o fio elétrico comum. Mas, em alguns casos, a vantagem é indireta. Segundo o sócio Plinio Di Giaimo, se contar o custo e o tempo de quebrar a parede para embutir o fio, o novo produto compensa. “Quando eu falo o preço do meu metro, eu já vou com a solução inteira. Você agrega: matéria-prima para quebrar a parede, cimento, massa, ou seja, meu produto é muito mais barato”, diz Plínio.

A empresa produz 40 mil metros de fita por mês. O produto é oferecido em 70 pontos de venda em todo o Brasil. É o caso, por exemplo, de uma loja de material elétrico. “Vale a pena pagar pelo produto mais caro, uma vez que eu não vou ter dor de cabeça de entulho”, comemora a cliente Gislene Rosa.

A diretora de uma escola, Laura Agessi, queria instalar ventiladores, mas não podia fechar as salas de aula para quebrar as paredes e embutir os fios. A fita elétrica resolveu o problema no mesmo dia. “Foi rápido, fácil, não tivemos que sujar as paredes e a sala de aula”, finaliza.


Fonte: http://pegntv.globo.com/Pegn/0,6993,LIR337989-5027,00.html